Ordem e amor - Bert Hellinger

Ordem e amor - Bert Hellinger

28/11/2015

“Muita gente julga que o amor tem o poder de superar tudo, que é preciso apenas amar bastante e tudo ficará bem. (…) Para que o amor dê certo, é preciso que exista alguma outra coisa ao lado dele. É necessário que haja o conhecimento e o reconhecimento de uma ordem oculta do amor.” Bert Hellinger

O amor preenche o que a ordem abarca. O amor é a água, a ordem é o jarro.
A ordem ajunta, o amor flui.
Ordem e amor atuam juntos. Como uma linda canção obedece às harmonias, assim o amor obedece à ordem. Assim como o ouvido dificilmente se acostuma às dissonâncias, mesmo quando são explicadas, assim também nossa alma dificilmente se acostuma ao amor sem ordem.
Muita gente trata essa ordem como se ela fosse uma opinião que se pode ter ou mudar à vontade.
Contudo, ela nos preexiste. Ela atua, mesmo que não a entendamos. Não é inventada, mas encontrada. É por seus efeitos que a descobrimos, Como descobrimos o sentido e a alma.
​Muitas dessas ordens são ocultas. Não podemos sondá-las. Elas atuam nas profundezas da alma, e freqüentemente as encobrimos com pensamentos, objeções, desejos e medos. É preciso tocar no fundo da alma para vivenciar as ordens do amor.

 

O direito de pertencer ou VÍNCULO

No interior de cada grupo familiar, vale a ordem básica, a lei fundamental: todas as pessoas do grupo familiar possuem o mesmo direito de pertencer. Em muitas famílias e grupo familiares, determinados membros são excluídos. Alguns dizem, por exemplo: "Esse tio não vale nada, ele não pertence a nós", ou então: "Dessa criança ilegítima nada queremos saber". Com isso, recusam a essas pessoas o direito de pertencer.

Existem também os que dizem: "Sou católico, você é evangélico. Como católico, tenho mais direito de pertencer que você". Ou inversamente: "Como protestante, tenho mais direito, porque minha fé é mais verdadeira. Você é menos crente do que eu, portanto tem menos direito de pertencer". Isto não é hoje tão freqüente como antigamente, mas ainda acontece.

Ocorre ainda, quando um filho morre prematuramente, que seus pais dão seu nome ao filho seguinte. Com isto, estão dizendo ao primeiro: "Você não pertence à família. Temos um substituto para você". Assim o filho morto não conserva nem mesmo o seu próprio nome. Com freqüência, não é mais contado nem mencionado. Assim lhe é negado e retirado o direito de pertencer.

O excesso de moral de alguns, que se sentem melhores e superiores a outros, na prática significa dizer-lhes: "Tenho mais direito de pertencer que você". Ou, quando alguém condena uma pessoa ou a considera má, praticamente está lhe dizendo: "Você tem menos direito de pertencer do que eu". "Bom" significa então: "Tenho mais direitos", e "mau"significa: "Você tem menos direitos".
 

A ordem de precedência ou HIERARQUIA

O fruto do amor entre o homem e a mulher são os filhos. Também aqui é importante observar uma ordem do amor, uma ordem de precedência no amor. Ela se orienta pelo começo. Isto significa que o que vem antes tem, via de regra, precedência sobre o que vem depois. Numa família, existe primeiro o casal homem-mulher. Seu amor funda a família. Por isso, seu amor como homem e mulher tem precedência sobre tudo o que vem depois, portanto, sobre seu amor de pais por seus filhos. Muitas vezes acontece nas famílias que os filhos atraem sobre si toda a atenção. Então os pais não são antes de tudo um casal, mas pais. Com isto os filhos não se sentem bem.

Quando a relação do casal tem prioridade, o pai diz a seu filho: "Em você, eu respeito e amo também a sua mãe". E a mãe diz ao filho: "Em você, eu respeito e amo também o seu pai". E a mulher diz ao homem: "Em nossos filhos, eu respeito e amo a você". E o homem diz à mulher: "Em nossos filhos, eu respeito e amo a você". Então o amor dos pais é a continuação do amor do casal. Este tem a prioridade. Os filhos então se sentem muito bem.

O equilíbrio A necessidade do equilíbrio entre o dar e o tomar e entre o lucro e a perda é também um movimento da consciência. A consciência pessoal que sentimos como boa e má consciência e como culpa e inocência, vela sobre o equilíbrio com sentimentos semelhantes, portanto também com sentimentos de culpa e inocência e com o sentimento de uma boa e má consciência. Só que aqui sentimos a culpa e a inocência de um forma diferente. A culpa é sentida como dever, quando eu recebo algo ou tomei algo, sem devolver com algo equivalente. A inocência aqui é sentida como estar livre de um dever. Temos esse sentimento de liberdade quando tomamos e também damos, de uma forma que o dar e o tomar esteja equilibrado. Podemos alcançar o equilíbrio também de uma outraforma. Ao invés de devolver com algo equivalente, como não podemos algumas vezes, por exemplo perante nossos pais, podemos também passar adiante algo equivalente. Por exemplo aos nossos filhos.

Por Bert Hellinger

 

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